segunda-feira, junho 28, 2004
Quem me dera
Chego a casa e penso : quem me dera.
Descalço os chinelos (sim, vou de chinelos para o emprego) tiro o anel, tiro a pulseira, e o relógio (para que uso eu um relógio? passo o dia à frente de um). Tenho calor. Carrego no "play" e oiço a minha musica favorita do momento. Não me dispo. Bebo o resto da garrafa de água que esta na mesa de cabeceira e penso: quem me dera acabar com o suplício da água.
Ligo o computador e penso: quem me dera. Vejo o que o meu burrinho sacou da net e penso : quem me dera.
Volto ao quarto, quem me dera.
Dispo-me e olho para o espelho. Aqui não há quem me dera. Deram-me quase tudo, ou pelo menos tive os exemplos certos para saber apreciar o que me deram.
Tomo banho, agua morna. E uso o gel que me lembra estrasburgo : quem me dera.
De volta ao quarto. Quem me dera. Musica em "repeat". Quem me dera.
Fecha-se-me a alma. A garganta. Os olhos. Fecha-se-me a lingua e abrem-se os compartimentos na minha cabeça. Abro a porta ás letras. E elas olham-me e dizem "quem te dera?"
Dá-te tu a ti mesma os teus sonhos, dizem-me elas.
Eu mesma?
Quem és tu?
Eu...? sou eu mesma. E com crises de identidade, pelos vistos.
Descalço os chinelos (sim, vou de chinelos para o emprego) tiro o anel, tiro a pulseira, e o relógio (para que uso eu um relógio? passo o dia à frente de um). Tenho calor. Carrego no "play" e oiço a minha musica favorita do momento. Não me dispo. Bebo o resto da garrafa de água que esta na mesa de cabeceira e penso: quem me dera acabar com o suplício da água.
Ligo o computador e penso: quem me dera. Vejo o que o meu burrinho sacou da net e penso : quem me dera.
Volto ao quarto, quem me dera.
Dispo-me e olho para o espelho. Aqui não há quem me dera. Deram-me quase tudo, ou pelo menos tive os exemplos certos para saber apreciar o que me deram.
Tomo banho, agua morna. E uso o gel que me lembra estrasburgo : quem me dera.
De volta ao quarto. Quem me dera. Musica em "repeat". Quem me dera.
Fecha-se-me a alma. A garganta. Os olhos. Fecha-se-me a lingua e abrem-se os compartimentos na minha cabeça. Abro a porta ás letras. E elas olham-me e dizem "quem te dera?"
Dá-te tu a ti mesma os teus sonhos, dizem-me elas.
Eu mesma?
Quem és tu?
Eu...? sou eu mesma. E com crises de identidade, pelos vistos.
